Opiáceos
Opiáceos

A morfina e a heroína são derivadas de um grupo de substâncias extraídas da papoula (Papaver somniferum), de onde também se extrai o ópio. Estas substâncias são denominadas opiáceos. A papoula é conhecida há mais de 5 mil anos – nessa época os sumérios já a utilizavam para combater problemas como insônia e constipação intestinal.

No século XX, pesquisadores isolaram a morfina e seu uso medicinal foi amplamente difundido, especialmente por suas propriedades analgésicas e antidiarréicas. Embora seja muito eficiente no combate à dor, a morfina causa dependência em poucas doses.

Já no final do século XIX, o número de dependentes da morfina era siginificativo. Para auxiliar no tratamento da dependência dessas pessoas, foi desenvolvida uma droga a partir da morfina: a heroína. A heroína chegou a ser prescrita por Sigmund Freud, mas já na década de 1920 foi constatado seu alto poder de causar dependência química e psíquica. Sua produção e comércio foram proibidos no mundo todo.

A heroína é um pó geralmente de coloração escura ou marrom. O consumo endovenoso é comum no Ocidente e recentemente a introdução de heroína de alta qualidade por produtores colombianos resultou em uma explosão do consumo via aspiração (cheirada) e uma popularização da droga. A morfina é apresentada liquida ou liofilizada e geralmente em apresentação farmacêutica.

Como age os opiáceos – heroína e morfina

Opiáceos como a heroína e a morfina possuem estrutura química capaz de se ligar aos receptores de neurotransmissores denominados endorfinas, associados ao controle da dor, prazer, bem estar e relaxamento. Ao atingir o cérebro, tanto a heroína quanto a morfina deprimem os centros nervosos responsáveis pela dor e pela vigília, além das regiões que controlam a respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue.

Estas drogas interferem no chamado limiar da dor, um limite físico que regula a interpretação dos sinais de dor que o cérebro recebe. Por isso são capazes de suprimir as sensações de dor sem neutralizar outras sensações. Daí seu uso como anestésico. Porém, como desenvolvem dependência com relativa velocidade, com pouco tempo de uso a situação se inverte para o usuário: o usuário passa a ter que usá-las para não sentir dor. Relatos de dependentes indicam dores extremas na abstinência dessas drogas, ao ponto de sentirem dores insuportáveis no interior dos ossos.

Efeitos físicos

Os usuários dessas drogas podem apresentar diversos problemas físicos, como; surdez, cegueira, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até mesmo a morte. Quando é consumida por meio injetável, causa necrose (morte dos tecidos) das veias. O corpo fica desregulado, deixando de produzir algumas substâncias e produzindo outras em excesso.

O aparelho digestório fica descontrolado, o que gera constantes vômitos, fortes dores abdominais e diarréias. O organismo humano torna-se facilmente tolerante a essas drogas, exigindo doses cada vez maiores da substância. Se um dependente, por algum motivo, parar de tomar a droga, sofre um doloroso processo de abstinência, com náuseas, vômitos, diarréias, câimbras musculares, cólicas intestinais, lacrimejamento e corrimento nasal, que podem durar de 8 a 12 dias.

Efeitos psíquicos

A heroína é uma das drogas mais prejudiciais ao corpo e a dependência química e psíquica provocada por seu uso é muitíssimo rápida. Ao injetar ou inalar a substância, o usuário fica sonolento, fora da realidade. As pupilas se contraem e as sensações são de conforto e euforia. Quando o efeito da droga passa, o usuário entra em depressão profunda, o que o leva a novas e mais fortes doses para repetir o efeito.

Uso no Brasil

O uso de heroína no Brasil é praticamente inexistente o que não deixa de ser surpreendente pois a droga passou a ser largamente cultivada nos anos 90 na Colômbia pelos produtores tradicionais de cocaína. A morfina é um pouco mais utilizada, sobretudo por profissionais com fácil acesso a droga como médicos e farmacêuticos. Mas mesmo assim em uma escala muito pequena se comparado a outros países.

Opiáceos

  • Facilidade de obtenção
  • Custo
  • Resistência social
  • Potencial de adicção
  • Neurotoxidade
  • Hepatotoxidade

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Nota importante:
Estes gráficos, assim como as opiniões aqui transcritas são baseadas em informações compiladas do NIDA – National Institute of Drug Abuse – USA e da livre interpretação dos autores do conteúdo deste site. Os autores procuraram se ater exclusivamente a fatos científicos e observações sociais, sem nenhum julgamento moral sobre o assunto. As drogas em geral são um assunto muito complexo, e não devem ser interpretados sob uma única ótica; Assim sendo outras opiniões são perfeitamente plausíveis.

O texto aqui apresentado é meramente informativo e a Toxicologia Pardini é uma empresa de exames para detecção de consumo de drogas que se abstêm a tomar uma posição a respeito das drogas e seus efeitos, deixando isso com os vários especialistas e suas correntes interpretativas dessa complexa questão.